Compulsiva

Houve uma época da minha vida que nos dias de fúria ou angustia eu precisava entrar em um shopping center e sair de lá pelo menos com uma sacolinha. Só fui entender que se tratava de uma compulsão depois que estourei o cartão de crédito.
Desde então comecei a me controlar nas lojas. Por outro lado passei a gastar mais com doces e chocolates. Percebi em anotações para controle financeiro que em alguns meses do ano de 2008 eu gastei mais com bobeiras do que com o almoço e condução.
É estranho dizer assim abertamente, mas tenho certeza que não sou a única compulsiva do mundo e só o fato de admitir que sou já me coloca em uma posição acima, porque esse é o primeiro passo para ser curada.
Ao contrário do que acontece com a compulsiva mais famosa e style do mundo, a Srta Rebecca Bloomwood que é descontrolada por compras (segue assim nos outros quatro livros que Sophie Kinsella escreveu) eu parei de comprar e joguei esse impulso em outras coisas.

Descobri que estou compulsiva por comida depois que acabei com metade de um bolo de beijinho, chantilly e raspas de chocolate. Uma loucura! Depois reclamo dos quilinhos a mais que recebi nesses meses.
A compulsão é uma falha nos sentidos que nos faz querer preencher um vazio interior com compras, comida, academia, e etc. Como descreve a protagonista do filme “Delírios de Consumo de Becky Bloom, ao adquirir alguma coisa pelo impulso temos a sensação de alívio e prazer.
Isso é uma doença e o tratamento é demorado. Meu neurologista trata como ansiedade. Tenho oito meses de remédios para tomar. Fora isso, preciso me controlar para não jogar essa ansiedade em outras coisas, não mesmo?
Alguém mais é compulsiva? Com o quê??

Leiliane Lopes